terça-feira, 28 de maio de 2019

Herz Entrevista: Patrícia Matte - Transtorno de Personalidade Borderline

Estamos trazendo um assunto delicado mas também relevante no que tange à saúde mental e relacionamentos interpessoais. O Transtorno de Personalidade Borderline é comum mas nem tão conhecido e traz sofrimento aos pacientes e às pessoas que se relacionam com eles. Por isso, vamos conversar com Patrícia Sehn Matte.
Patrícia Sehn Matte - psicóloga

Patrícia é psicóloga formada pela Universidade do Oeste de Santa Catarina e tem experiência em treinamentos empresariais e atendimento de todas as faixas etárias sob a abordagem cognitivo-comportamental.

Herz - Patrícia, o que vem a ser o transtorno Borderline?

Patrícia - Conforme o Manual Diagnóstico de Transtornos Mentais, o Transtorno de Personalidade Borderline é um padrão de instabilidade que o indivíduo apresenta nos seus relacionamentos interpessoais. Essa instabilidade afeta a sua auto-imagem e afetos e também traz sofrimento para o paciente e pessoas próximas.

Herz - É um transtorno comum?

Patrícia - É bastante comum, mais de 2 milhões de casos por ano somente no Brasil, e é mais frequente em mulheres.

Herz - E como podemos identificar esse transtorno em nós mesmos ou nas pessoas próximas a nós?

Patrícia - Se existe muitas mudanças bruscas no humor do portador do transtorno, por exemplo: hora está feliz e alegre e já em seguida sente-se triste e infeliz. No entanto, a mudança de humor é apenas um dos sintomas que vemos facilmente, mas temos outros também:

  • Medo de ser abandonado. Há um esforço além do normal, pode-se dizer desesperado, para evitar o abandono real ou imaginário.
  • Comportamento impulsivo. Os relacionamentos interpessoais, principalmente os amorosos, tendem a ser instáveis, pois existem momentos onde a portador do transtorno idealiza o seu parceiro e já em seguida pode desvalorizá-lo.
  • Autodepreciação. Possui uma perturbação com relação a sua autoimagem, o portador muda frequentemente seus valores, seus objetivos e planos profissionais (não fica muito tempo no mesmo emprego, por exemplo).
  • Tendência à vícios, apresenta gastos exagerados com comida, sexo, abuso de substância, direção irresponsável e compulsão alimentar, como forma de superar a tristeza e vazio interior.
  • Costuma praticar gestos ou ameaças suicidas ou de comportamento auto-mutilante, muitas vezes cortando-se com objetos como uma maneira de aliviar o seu sofrimento.
  • Mudanças de humor. Ansiedade, medo, insegurança que pode durar poucas horas ou alguns dias.
  • Vazio interior muito intenso e por isso também sente-se dependente da presença de outras pessoas.
  • Raiva intensa e desproporcional em várias situações e dificuldade de controlá-la. Pode levar a discussões e agressões físicas.
  • Costuma apresentar ideação paranoide transitória associada a estresse ou sintomas dissociativos intensos. Têm sempre a sensação de que tudo vai terminar mal.
Entre os sintomas estão raiva e problemas com auto-imagem

Herz - Como é feito o tratamento?

Patrícia - Psicoterapia juntamente com acompanhamento de um psicólogo e também com acompanhamento com médico psiquiatra. Eventualmente é necessário o uso de medicamentos. A psicoterapia é fundamental para que o cliente consiga desenvolver habilidades que garantirão uma maior estabilidade emocional. O ideal é que esse acompanhamento com psicólogo acontecesse de forma semanal, pois assim o paciente aprenderá a eliminar ações que são prejudiciais e a si mesmo e as demais pessoas com a qual conviva.

Herz - Depois de feito o diagnóstico e iniciado o tratamento, como podemos auxiliar a pessoa Borderline?

Patrícia - Devemos oferecer um ambiente familiar tranquilo e harmonioso. E quando desencadearem os sintomas no portador do transtorno ajude-o a se acalmar procurando dialogar, ao invés de discutir ou iniciar uma briga.

Herz - Há algo que desencadeie esse transtorno?

Patrícia - São vários os fatores que podem desencadeá-lo. A predisposição genética e também as experiências traumáticas, situações de abuso e negligência que portador possa ter vivenciado em sua vida. De qualquer forma, é importante não ignorar os sintomas, não julgar e não rotular a pessoa, e sempre buscar auxílio especializado.

Quem quiser saber mais detalhes sobre esse transtorno ou outras questões de saúde mental pode se inscrever no canal da Patrícia no YouTube e também seguir a sua página no Facebook.

A Patrícia atende semanalmente na Clínica Herz. Agende sua consulta!

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